O homem que passou pelo fogo

Sofri um acidente automobilístico, onde o carro bateu e veio a explodir, ficando todo em chamas. Um irmão meu havia sido jogado para fora do carro antes de ele explodir e se salvou. Meu pai e outro irmão foram retirados do carro em chamas, mas logo depois faleceram. E, segundo todos contam, eu fiquei dentro do carro por quinze minutos, sendo que ninguém conseguia me tirar de lá, pois as chamas eram muito grandes e se espalhavam por todos os lados.

As pessoas diziam: Tem uma pessoa lá dentro, mas nada podiam fazer devido às espessas chamas que eram muito altas. Mas, de repente, saiu de algum lugar um homem e me tirou dali. Tomou-me em seus braços e colocou-me em um lugar seguro, cuidou de mim e se foi. Eu estava todo queimado e com o corpo todo fraturado. Sofri 52 fraturas e algumas luxações. Fiquei oito dias em coma e nesses dias viajei por lugares por mim antes nunca vistos. Mas, ao acordar, estava em um hospital, em cima de uma cama, no corredor. Os médicos não queriam me atender porque não tinham condições de cuidar de mim. Eu cheirava muito mal, aquela carne queimada estava em processo de decomposição e o odor era terrível. Mas, por causa das pressões, o hospital foi obrigado a me atender, então deram início ao tratamento, debridando as feridas.

Eu tinha muitas fraturas expostas, não tinha pálpebras, nem nariz, nem boca, apenas os dentes encravados nos ossos. Não era possível eu me alimentar, pois ao triturar os alimentos, eles saíam pelas laterais, a face estava toda destruída. Eu tinha que me alimentar por sonda. Todas as costelas do lado esquerdo estavam de fora, expostas. O meu braço esquerdo era só osso, a perna direita, idem. Os médicos afirmavam que não havia condições de cuidar de mim. Não era possível engessar as fraturas, devido à gravidade das queimaduras. Também não dava para fazer enxerto, pois meu corpo estava todo fraturado e queimado.

Deixaram-me ali em um quarto por catorze dias, esperando que eu morresse. Mas eu não morri! Então resolveram fazer uma cirurgia: tiraram um pedaço de uma área da perna que eu não tinha queimado e fizeram um enxerto no local do nariz, sem nenhuma esperança de sucesso. Mas, quando foram tirar os curativos eles ficaram assustados, chamando toda a equipe para ver, pois o enxerto havia pegado. Então os médicos resolveram refazer o meu rosto, mas não sabiam como, pois ele não tinha forma, estava todo destruído. Pediram uma fotografia minha para minha esposa, para que tentassem reconstruir as minhas feições. Foram realizadas trinta e duas cirurgias.

Eu tinha dores, mas um homem me visitava no hospital, e quando ele falava comigo eu adormecia e sonhava que viajava por sobre os mares, jardins e campos verdejantes. Entretanto, quando eu acordava me via novamente no hospital. Depois de muito tempo internado e de todas essas cirurgias, a pela retraiu de tal forma que fiquei todo deformado, todo contorcido. A minha cabeça chegava a tocar no ombro e as pessoas ficavam horrorizadas quando me viam.

Quando saí do hospital, as pessoas cuspiam quando eu passava na rua e diziam: Que coisa nojenta!. Em muitos lugares me colocavam para fora, jogando-me na rua. Chamavam-me de nojento, diziam que eu fedia, que tinha lepra, mas não era verdade. Até em alguns ministérios me puseram para fora de seus templos.Depois de ser cuspido por muitos, eu passei a procurar o homem que havia me tirado do fogo, pois queria agradece-lo e depois morrer, pois estava bastante deformado. Um dia, quando andava na rua, uma voz me disse: Entra aí. Eu entrei e ali estava um senhor que me recebeu na porta. Ele vestia um jaleco muito branco e era impossível visualizar sua face. Ele me disse: Entra e senta. Eu entrei e me sentei.

Nisso um jovem entrou naquele lugar e aquele homem se escondeu. O jovem perguntou-me quem eu era e o que fazia ali. Então eu contei que um homem havia me convidado e entrar e eu havia aceitado. O jovem olhou bem para mim, assustou-se e foi embora. Também me levantei, com o intuito de sair, mas o homem de branco apareceu de novo e disse: Aonde vais?. Eu respondi: Vou embora. Ele disse: Espere, conte-me o que aconteceu. Em pouco tempo eu relatei a ele tudo o que havia se passado comigo, também disse que não queria mais viver, só queria encontrar o homem que me tirara do fogo, agradecer-lhe, e então morrer. Naquele momento ele olhou para mim e disse, sorrindo: Porque não me agradece agora? Eu olhei novamente para ele e reconheci que era ele que me visitava no hospital. Eu disse: Mas e o senhor, quem é?. Ele abriu os braços, sorriu e disse: Eu sou Jesus!

Quando ele me disse essas palavras, seu corpo resplandeceu e eu fiquei atônito. Naquele momento aquele jovem entrou, trazendo uma outra pessoa, e eu me virei, mas quando olhei novamente para o Senhor Jesus ele já havia ido embora. Só que desta vez Ele foi, mas para o meu coração, para dentro de mim! Aí vim conhecer que aquele lugar era a Igreja Pentecostal Deus é Amor e eu encontrei Jesus nesta Igreja. Eu não o conhecia, mas ele já me conhecia. Foi ele quem me tirou do fogo. Voltei a esta Igreja mais uma vez, mais outra vez e fui ficando. 
INFORMA :EL EVANGELISTA JOSE LUIS SANTAMARIA.